Blog

O open banking vem sendo amplamente discutido no mercado financeiro ao redor do mundo, com grandes promessas de revolucionar o setor. Por mais benefícios que possa trazer, as preocupações envolvendo sua segurança também estão ganhando cada vez mais espaço.

 

Ao permitir o compartilhamento de dados dos usuários dentre as instituições, o cenário pode se tornar mais propício para tais golpes. Garantir a cibersegurança das informações, nesse futuro cenário, será mais importante do que nunca.

 

Afinal, com o avanço tecnológico e a digitalização do mercado, os crimes cibernéticos também vêm acompanhando essas tendências e, se atualizando frente a novas tentativas de golpes e fraudes bancárias.

 

Preocupações acerca de como ter a certeza de que os dados pessoais estão de fato sendo protegidos, é uma das principais dúvidas sobre o tema. Muitos questionam o que será feito para garantir a segurança e, quais os cuidados a serem tomados por ambas as partes.

 

É preciso ficar atento para não cair em armadilhas e, se tornar vítima de danos que podem se tornar irreversíveis. Cada empresa terá o dever de proteger os dados de seus clientes, feito que pode ser conquistado a partir de ações estratégicas importantes.

 

Neste texto, explicaremos em detalhes no que consiste o open banking, como irá funcionar ao final de seu processo de implantação e, o que pode ser feito para evitar golpes nesse sistema.

 

Confira os tópicos que serão abordados:

 

  • O que é open banking?
  • Como vai funcionar o open banking?
  • O open banking é seguro?
  • Quais são os cuidados para evitar fraudes com o open banking?

 

Vamos começar.

 

O que é open banking?

O open banking, também conhecido como open finance, é um novo ecossistema que visa o compartilhamento de dados dos clientes entre as instituições financeiras.

 

Dentre esses dados, está todo o histórico de crédito do consumidor. Desde suas contas pagas em dia, salários depositados, até empréstimos e perfil de gastos.

 

Tecnicamente, esses sistemas serão integrados, por meio de um conjunto de ferramentas que prezem pela segurança e controle total das informações cadastradas.

 

Conhecidas como APIs (Application Programming Interface), essa interface servirá como uma ponte de conexão entre as instituições, conectando os bancos por meio de uma mesma linguagem.

 

Para que funcione, o open banking depende da aprovação e consentimento dos clientes. Somente eles poderão autorizar o compartilhamento de seus dados dentre as instituições, assim como quais empresas serão autorizadas a isso.

 

Sua principal vantagem é proporcionar uma padronização no mercado financeiro, com uma ampliação da oferta de produtos e serviços. Tudo isso, sem que tenha que começar um relacionamento do zero com uma nova instituição.

 

Como vai funcionar o open banking?

O open banking será regulamentado pelas instituições bancárias de cada país. No Brasil, essa responsabilidade será do Banco Central (BC), que definiu todas as regras a serem seguidas pelos bancos nacionais que forem implantá-lo.

 

Dentre essas normas, uma das principais é a adequação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), como forma de garantir a segurança dos dados compartilhados. Aquelas que não cumprirem, estarão sujeitas a multas aplicadas pelos órgãos reguladores da lei.

 

Por mais que seja uma prática optativa, o BC determinou que certas instituições serão obrigadas a participar desse processo. São elas:

 

  • Empresas denominadas de S1 - com porte igual ou superior a 10% do PIB ou, que possuam atividade internacional relevante;
  • Companhias do grupo S2 - cujo porte representa entre 1% e 10% do PIB.

 

Dentre os dados que poderão ser compartilhados entre as instituições, estão: informações pessoais, como RG e CPF; transacionais, como renda, faturamento e perfil de consumo; e sobre produtos ou serviços utilizados pelos clientes, como empréstimos pessoais e financiamentos.

 

Com quatro fases de implementação, já nos encontramos na terceira etapa do processo. Nela, serão iniciados os serviços de transação de pagamento e a possibilidade de compartilhamento do histórico de informações financeiras dos clientes.

 

Sua última fase, programada para começar no dia 15 de dezembro, será onde todos os outros dados sobre produtos e serviços, como câmbios, investimentos e previdência, poderão ser compartilhados.

 

O open banking é seguro?

Com certeza, o open banking é seguro.

 

Sua proteção se deve, principalmente, pela regulação do Banco Central sobre o cumprimento das normas a serem seguidas pelas instituições. Ainda, com a vigência da LGPD, essa é uma medida a mais para garantir a proteção e sigilo do compartilhamento dos dados dos usuários.

 

Em casos de descumprimento, tanto o BC quanto a LGPD deixam claro as punições às instituições. Elas podem ser desde multas de acordo com a penalidade ocorrida, até decretar a falência ou liquidação da penalizadora.

 

Além delas, a Lei Complementar n° 105/2001, também conhecida como Lei do Sigilo Bancário, proíbe o compartilhamento de dados para instituições que não participam do open banking. Assim como a venda de informações de consumidores para terceiros.

 

Quais são os cuidados para evitar fraudes com o Open Banking?

O próprio Banco Central determina as regras a serem seguidas pelas instituições que adotarem o open banking, de forma a garantir a segurança dos dados de seus usuários.

 

Mesmo assim, outras práticas podem ser adotadas em conjunto pelos usuários, para garantir uma proteção ainda maior.

 

Afinal, por mais que hoje tenhamos à disposição uma série de ferramentas e sistemas criados para este fim, os métodos e estratégias desenvolvidas pelos criminosos também acompanham tais evoluções.

 

Neste cenário, veja algumas ações que podem ajudá-lo em tal proteção:

 

Escolha instituições confiáveis

Todas as instituições que forem participar do open banking deverão ser autorizadas pelo Banco Central. Afinal, é ele quem determina todas as regras e comportamentos a serem seguidos para que possam integrar seus sistemas e compartilhar dados.

 

Portanto, caso receba qualquer proposta atraente, pesquise e tenha certeza de que o banco está regularizado pelo BC.

 

Até o momento, mais de 1.000 instituições terão participação obrigatória neste novo ecossistema. Para saber quais, basta acessar o site do órgão e conferir a lista completa.

 

Não compartilhe informações por telefone ou e-mail

Uma das vantagens do open banking é permitir que os usuários sejam donos de sua jornada financeira. Isso significa que nenhuma instituição irá entrar em contato solicitando alguma informação pessoal, uma vez que o consentimento deverá ser feito online na plataforma oficial.

 

Portanto, caso receba qualquer telefone ou mensagem com essa solicitação, não compartilhe seus dados. Sempre desconfie e, em casos de dúvidas, entre em contato com a instituição diretamente por seus canais oficiais de atendimento.

 

Desconfie de links suspeitos

Muitos golpistas tentam obter os dados de suas vítimas por meio de links inseridos nas mensagens enviadas que, ao serem clicados, irão possibilitar o roubo das informações.

 

Caso receba qualquer link por um canal que não seja o oficial da instituição financeira, não entre. Lembre-se: toda comunicação é feita nas plataformas oficiais e, nenhuma instituição do open banking terá autorização para entrar em contato por meios diferentes.

 

Preste atenção ao prazo de compartilhamento das informações

Uma das normas exigidas pelo Banco Central e pela LGPD, é de que toda instituição possui o prazo máximo de 12 meses para que os dados dos usuários sejam compartilhados.

 

Após esse período, os clientes deverão novamente autorizar o compartilhamento. Além disso, caso a finalidade justificada para a ação for modificada, o consumidor também deverá consentir novamente a prática.

 

Sempre desconfie caso alguém entre em contato solicitando um prazo maior. Esse tempo é definido em nossa legislação e, nenhuma instituição poderá ultrapassá-lo.

 

Conclusão

O open banking é uma importante inovação para o mercado financeiro. Sua proposta pretende trazer enormes benefícios para os consumidores e as instituições bancárias, trazendo maior autonomia e liberdade sobre os dados.

 

Caso decida participar deste novo ecossistema, lembre-se de ter certeza de que a instituição bancária escolhida integra a lista credenciada do Banco Central. Ainda, adotar práticas conjuntas de segurança irão contribuir significativamente para a proteção das suas informações.

 

Em nosso blog, temos outros artigos sobre os meios de pagamento online. Dê uma olhada e, compartilhe este texto nas redes sociais.