Muito se tem falado sobre o Bitcoin, uma famosa criptomoeda que vem recebendo grande destaque entre investidores. O que muitos não sabem, contudo, é que ele é apenas um dentre as várias moedas digitais que circulam ao redor do mundo.
As criptomoedas estão redefinindo a economia em diversos países. Segundo dados divulgados pela plataforma de pagamentos Crypto, 106 milhões de novos usuários começaram a investir nesses ativos digitais em janeiro deste ano, um aumento de 15,7% em relação a dezembro de 2020.
No Brasil, como exemplo, já está em discussão a implementação de uma moeda digital nacional em substituição ao dinheiro físico. Sua concretização ainda está distante, mas as perspectivas são bem positivas para a economia do nosso país.
Por mais que seja uma forte tendência, este tema ainda gera preocupações e dúvidas. Sua segurança em transações lidera a lista de questionamentos, junto com outros sobre como investir nessas moedas e, como de fato funcionam.
As criptomoedas são completamente descentralizadas de uma instituição ou governo, mas isso não significa que terão menos segurança à economia de uma pessoa.
Neste texto, explicaremos o que são de fato as criptomoedas, seus principais tipos, como garantem a segurança nas transações financeiras e, por fim, como investir nesses ativos.
Confira os tópicos que serão abordados:
- O que são criptomoedas?
- Quais os principais tipos de criptomoedas?
- Quais as vantagens de investir em criptomoedas?
- Como investir em criptomoedas?
Vamos começar.
O que são criptomoedas?
As criptomoedas são uma espécie de dinheiro digital. São ativos descentralizados de qualquer governo ou instituição, existindo por meio de códigos, sem uma representação física no mundo real. Ao invés de um órgão controlador, são as próprias pessoas que detém o poder e administração desses valores.
Suas operações são baseadas na criptografia por Blockchain, um registro distribuído, público, aberto e auditável. Ele possibilita que as transações virtuais ocorram de forma segura, evitando ao máximo problemas como vazamentos ou fraudes.
Ao ingressar na rede, todas as criptomoedas são armazenadas em carteiras virtuais e só podem ser trocadas dentro do mesmo sistema que as validou.
Em uma comparação, as criptomoedas funcionam de forma similar com os e-mails em relação à transmissão de informações. Antes da internet, a comunicação entre as pessoas era feita predominantemente por meio das cartas. Era necessário um intermediário para tal, o que deixou de existir com o advento dos e-mails.
Como surgiram as criptomoedas?
O Bitcoin foi a primeira criptomoeda, desenvolvida em 2009 e, até hoje, uma das mais famosas no mercado mundial. O que ainda não se sabe, contudo, é a identidade de seu criador.
As criptomoedas não são pertencentes a nenhum governo ou órgão regulador. Elas são resultado de uma série de códigos e operações matemáticas extremamente complexas, que podem ser geradas por qualquer pessoa. Claro, desde que tenham condições para isso.
O desenvolvimento de uma criptomoeda depende da mineração de seus dados, o que exige uma capacidade de processamento enorme do computador. Em seguida, ela ainda precisará ser validada por outros usuários para que possa circular oficialmente.
É um processo longo e restrito a poucas pessoas que tenham o conhecimento, habilidade e capacidade técnica para que possa ser gerado. Mesmo diante dessa limitação, hoje temos à disposição uma grande quantidade de criptomoedas circulando de maneira descentralizada.
Quais os principais tipos de criptomoedas?
Atualmente, existem mais de 200 mil criptomoedas em operação no mercado. Dentre elas, importantes iniciativas brasileiras, como B2U Coin, Bitblocks, Niobio cash, WibX e CriptoBRL.
Veja as que mais se destacam dentre investidores internacionais:
Bitcoin
O Bitcoin (BTC) é uma das criptomoedas mais conhecidas e, o primeiro sistema de pagamento digital completamente descentralizado. Também foi a primeira a usar a tecnologia do Blockchain, abrindo espaço para que outras a usassem posteriormente.
Além de poder ser usada em transações financeiras entre pessoas, o Bitcoin também pode ser utilizado na compra e venda de produtos. Hoje, diversas organizações já aceitam essa moeda digital em seu dia a dia, como a Tesla, MasterCard e Microsoft.
Essa moeda foi desenvolvida durante uma forte crise econômica no mercado americano de hipotecas. Sua proposta era substituir o dinheiro físico e, principalmente, eliminar a necessidade da intermediação dos bancos nas transações financeiras.
Em um artigo publicado por Satoshi Nakamoto, pseudônimo do programador que o desenvolveu, ele esclareceu que haverão, no máximo, 21 milhões de Bitcoins em circulação. A previsão é de que sua última moeda seja minerada em 2140.
Bitcoin Cash
O Bitcoin Cash (BCH) é a versão mais atualizada da moeda original.
Criada em 2017, foi desenvolvida com o objetivo de aperfeiçoar a anterior, que continha taxas elevadas e demandava grande tempo de processamento em cada operação.
Após suas alterações, o Bitcoin Cash possibilitou tais conquistas de maneira eficiente, garantindo mais escala do que a anterior. De resto, suas regras de funcionamento permaneceram as mesmas, incluindo o limite de 21 milhões de moedas em circulação.
Ethereum
Originalmente, o Etherum não foi desenvolvido para ser uma criptomoeda, mas sim um ativo que seria concedido como recompensa aos desenvolvedores que utilizassem sua plataforma.
Também descentralizada, era utilizada para a execução de “contratos inteligentes”, ou seja, operações realizadas automaticamente quando certas condições são cumpridas.
Sua primeira versão, denominada Ether, foi invadida por um hacker em 2016, que roubou cerca de US$ 50 milhões de seu valor, na época. Diante do ocorrido e de preocupações de que isso voltasse a acontecer, foi atualizado dando origem ao Etherum.
Assim como no Bitcoin, suas operações são protegidas graças à tecnologia do Blockchain. Hoje, o Etherum é uma das criptomoedas mais comercializadas do mundo.
Tether
O Tether (USDT) é um pouco diferente das criptomoedas anteriores. Lançado em 2014, sua proposta é manter paridade com a moeda americana. Na prática, isso significa que a cada Tether emitido, deve haver um dólar equivalente em caixa.
Ele se enquadra no chamado stablecoin, uma vez que possui lastro de uma moeda física. Por ter uma menor volatilidade, se tornou uma boa opção entre investidores para transferências entre sistemas e com diferentes criptomoedas.
Seu desenvolvimento, contudo, é cercado de questionamentos. Muitos especialistas duvidavam sobre a eficácia de sua paridade, uma vez que faltava transparência em suas transações.
Em resposta, a empresa criadora do Tether confirmou que sua paridade é 100% confiável. Mas ao contrário do que muitos acreditavam, não apenas em sua moeda tradicional, como também por equivalentes de caixa e outros ativos ou recebíveis de empréstimos feitos pela empresa a terceiros.
Ripple
Por fim, o Ripple (XRP) não se limita à uma criptomoeda, mas sim uma plataforma na qual qualquer moeda possa ser comercializada. Em uma analogia, ele funciona como os bancos, por aceitar diferentes ativos e facilitar a realização de transações.
Isso faz com que, de certa forma, ele vá ao encontro dos ideais das criptomoedas de descentralização do sistema financeiro tradicional na realização e transações. Além disso, o Ripple não necessita de mineração de seus dados, como no caso do Bitcoin e do Etherum.
Criado em 2011, sua plataforma consegue suportar tokens representando moedas tradicionais e, até mesmo, outros bens. Seu objetivo é proporcionar pagamentos seguros e instantâneos.
Quais as vantagens de investir em criptomoedas?
Por mais que algumas das criptomoedas já existam há alguns anos no mercado, muitas dúvidas ainda as cercam sobre sua segurança e, principalmente, benefícios de investimento.
Não há como negar que todo tipo de investimento traz algum tipo de risco, seja ele menor ou mais conforme seus objetivos. Porém, existem vantagens altamente positivas nas criptomoedas que atraem o desejo de investidores de forma compensatória aos riscos que podem ocasionar.
Veja alguns:
Criptomoedas são seguras
As criptomoedas são desenvolvidas com base em um forte sistema de proteção por trás para garantir a maior segurança possível nas transações financeiras. O Blockchain é um dos mais utilizados, incluindo no Bitcoin e no Etherum.
A criptografia por trás dessas moedas é extremamente complexa e, constantemente atualizado a fim de evitar vazamentos e outros prejuízos. No caso do Bitcoin, por exemplo, as transações podem ser feitas sem a vinculação de informações pessoais do usuário, medida protetiva contra o furto de identidade.
Vale lembrar, contudo, que cabe ao próprio usuário ativar a criptografia de proteção de sua carteira digital. Caso contrário, a criptomoeda pode ser roubada por malware.
Transparência e liberdade de pagamento
As transações de criptomoedas podem ser realizadas com uma maior liberdade de limite de valor e, ainda, instantaneamente.
Como medida protetiva, nenhuma pessoa pode modificar, controlar ou manipular o protocolo das moedas digitais graças à sua criptografia. Por mais que suas informações fiquem disponíveis para todos, seus sistemas desenvolvem seu núcleo como neutro, transparente e confiável.
Baixa volatilidade das criptomoedas
Os ajustes de preços nas criptomoedas são raros. Isso se deve principalmente ao crescente aumento de sua aceitação e usabilidade dentre empresários e organizações ao redor do mundo. Quanto maior for sua visibilidade no mercado, maior será sua valorização.
Taxas baixas
Grande parte das transações por criptomoedas são aprovadas com taxas baixas ou, ainda, isentas. As exceções são em casos nos quais os usuários desejam ter uma confirmação das operações mais rápida no sistema e, para isso, pagam um valor a mais.
Diversas redes de cartões de crédito ou instituições já adotam meios de pagamento por criptomoedas a taxas baixas, como é o caso do PayPal.
Como investir em criptomoedas?
Existem quatro formas principais de investir em criptomoedas: por meio de cotas de fundos, negociando diretamente com uma corretora especializada, minerando ou por meio de negociações.
Costas de fundo para criptomoedas
O primeiro caso é um dos mais simples e comuns. No Brasil, essa possibilidade foi viabilizada em 2018 pela Comissão de Valores Imobiliários (CVM), quando permitiu que os fundos brasileiros pudessem realizar investimentos exteriores em criptomoedas.
Existem plataformas especializadas na distribuição dessas carteiras, algumas com demanda de aplicação em um valor relativamente baixo, a partir de R$5.000,00. Os fundos são ótimas opções para aqueles que desejam investir em criptomoedas, mas não se sentem seguros em fazê-los sozinhos. Nesse caso, todo o processo será acompanhado por um gestor qualificado.
Corretoras especializadas em criptomoedas
Outra opção também simples de investir em criptomoedas é por meio de corretoras especializadas. No Brasil, a Exchanges é uma das mais famosas nesse tipo de serviço.
Para isso, é necessário abrir uma conta na instituição, preencher seus dados pessoais e apresentar todos os documentos solicitados como validação da identidade do investidor.
Mineração e negociação de criptomoedas
Por fim, é possível investir em criptomoedas por conta própria, seja minerando os dados ou as negociando diretamente. Nesses casos, é essencial realizar uma pesquisa prévia aprofundada sobre as empresas disponíveis no mercado e, principalmente, verificar se possui condições para tal.
Conclusão
As criptomoedas vêm se tornando cada vez mais presentes em organizações ao redor do mundo, aceitas tanto na compra e venda de produtos quanto em outros tipos de negociações.
Porém, é importante ressaltar que por mais seguras que sejam, ainda oferecem certo risco assim como qualquer outro tipo de investimento. Ainda mais, uma vez que algumas apresentam valores não tão baratos.
Antes de mais nada, é importante entender a fundo as características de cada criptomoeda, as maneiras nas quais se pode investir e, ainda, todos os riscos. Se ao final desse estudo, os prós forem bem maiores, então as criptomoedas podem ser uma excelente alternativa financeira para você.
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