Muito provavelmente, você já deve ter ouvido falar sobre o open banking. Esse termo vem ganhando grande força por ser considerado como a grande tendência que irá revolucionar a indústria financeira no mundo.

 

Seu principal objetivo é proporcionar uma relação mais transparente entre as instituições bancárias e os clientes por meio do compartilhamento de seus dados. Se comparado a outras propostas semelhantes do mercado, o open banking traz um diferencial extremamente vantajoso: o cliente poderá escolher quando e com quais empresas vai compartilhá-los.

 

Apesar de ainda não ter sido implementado no Brasil, alguns países como Reino Unido, Austrália e Índia já adotaram essa prática em suas instituições bancárias. Inclusive, com resultados bastante positivos.

 

Neste texto, exploraremos a fundo o que é o open banking, como funciona, suas vantagens para as empresas e os clientes e, principalmente, como está seu processo de implantação nas instituições bancárias nacionais.

 

Confira os tópicos que serão abordados:

 

  • O que é open banking?
  • O que é são as APIs do open banking?
  • Como vai funcionar o open banking no Brasil?
  • Quais as vantagens do open banking?
  • O open banking é seguro?
  • Como a Moneta pode ajudar?

 

Vamos começar.

 

O que é open banking?

O open banking, ou “banco aberto” em português, é um novo sistema tecnológico voltado ao mercado financeiro. Seu objetivo é possibilitar o compartilhamento de dados e serviços de clientes entre instituições financeiras.

 

Por meio de um conjunto de regras e ferramentas tecnológicas, ele integrará os sistemas de dados das instituições bancárias. Se fizermos uma analogia, ele criará todo um ecossistema ao redor das instituições, prezando pela segurança e controle total das informações por meio de seus donos.

 

Para isso, o open banking parte de um princípio básico: somente o cliente poderá autorizar o compartilhamento de seus dados e, principalmente, escolher entre quais empresas. Por mais automatizado que seja, nenhum aplicativo ou ferramenta conseguirá aprovar essa solicitação, somente os clientes – se desejarem.

 

Na prática, todo o histórico de crédito do consumidor (as contas pagas em dia, os salários depositados, as prestações, empréstimos, perfil de gastos) poderão ser acessadas e compartilhadas por mais de uma instituição.

 

Dessa forma, caso o cliente abra uma conta em outro banco, ele não precisará começar um relacionamento do zero e buscar todas as suas informações bancárias novamente.

 

É possível afirmar, dessa forma, que o open banking criará uma padronização tecnológica no mercado financeiro, possibilitando ainda uma ampliação da oferta de produtos e serviços.

 

Como surgiu?

Uma característica importante do open banking é que ele não é um sistema padrão. Isso significa que cada país pode adotá-lo conforme suas características e sistemas de preferência. Além disso, o nível de compartilhamento dos dados também poderá ser definido de acordo com o desejado.

 

Não existe um procedimento padrão a ser seguido. Contudo, os países que desejam adotar o open banking devem implantá-lo seguindo sua maior premissa: promover a concorrência, a eficiência e oferecer novos produtos para o consumidor final.

 

Dito isso, o Reino Unido foi o primeiro país a implementar um sistema parecido com esses ideais em 2018. Anos depois, a Austrália e a Índia também começaram a dar os primeiros passos nessa adoção. Outros países, como Estados Unidos, Canadá e Rússia ainda estão analisando maneiras de incorporá-lo aos seus sistemas financeiros.

 

O que é são as APIs do open banking?

As APIs (Application Programming Interface) são as ferramentas que permitem o compartilhamento de dados do open banking.

 

Essa Interface de Programação de Aplicativos, nome que recebe quando traduzida ao português, funciona como uma comunicação entre os bancos. De forma simplificada, representa uma espécie de ponte que conecta diferentes bancos por meio de uma mesma linguagem.

 

Como exemplo, ao acessar um site, só conseguimos visualizar as informações disponíveis na plataforma, pois o navegador está “conversando” com a API do servidor no qual a página está hospedada. Na prática, as instituições conseguem manter um fluxo de informações rápido e ágil.

 

Contudo, é importante ressaltar que a API não é um sistema desenvolvido especificamente para o open banking. Há anos, ela é utilizada na integração de sistemas em diversos âmbitos, permitindo que os softwares se “conversem” dentro da internet.

 

Por isso, ao adotar uma API, é importante que as empresas se preocupem em padronizá-la. Inclusive, essa é a grande proposta do open banking: estimular o uso de APIs abertas. Caso contrário, podem sofrer desentendimentos na comunicação e problemas na troca de informações.

 

Vamos usar um exemplo para que fique mais claro.

 

Suponhamos que um banco A informe que um cliente tenha um saldo de R$ 1.000,00 em sua conta e, deseje transferir essa informação ao banco B. Porém, o banco B possui um padrão de leitura que não consegue identificar pontos nos números. Como consequência, o sistema não conseguiria identificar o saldo notificado.

 

São pequenos detalhes, mas que quando colocados em prática, podemos ver como podem atrapalhar e gerar enormes erros na transmissão de informações. Com APIs padronizadas entre as instituições, as chances de sofrerem erros são praticamente zeradas.

 

Como vai funcionar o open banking no Brasil?

No Brasil, todo processo de regulamentação do open banking está sendo gerenciado pelo Banco Central do Brasil.

 

Em 2019, a instituição divulgou todas as regras que irão guiar a forma na qual esse processo será implantado. Dentre elas, estão a adequação às normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e a garantia da segurança das informações.

 

Segundo o BC, as instituições somente poderão compartilhar os seguintes dados cadastrais de seus clientes:

 

  • Pessoais (nome, CPF/CNPJ, telefone, endereço, etc);
  • Transacionais (renda, faturamento no caso de empresas, perfil de consumo, capacidade de compra, conta corrente);
  • Sobre produtos e serviços que o cliente usa (informações sobre empréstimos pessoais, financiamentos, etc).

 

A grande maioria das instituições poderão escolher se irão seguir os ideais do open banking e se adequar às suas normas. Contudo, o BC determinou que certos tipos de instituições serão obrigadas a participar deste processo.

 

Elas foram divididas em duas categorias. A primeira, nomeada como S1, envolve instituições com porte igual ou superior a 10% do PIB, ou que tenham atividade internacional relevante. A segunda, chamada S2, envolve instituições de porte entre 1% e 10% do PIB.

 

Quais são as etapas do processo de implementação?

Além de definir as regras a serem seguidas, o BC estabeleceu que o processo de adaptação ao open banking será dividido em quatro etapas ou fases. Veja:

 

  • Fase 1: teve início em fevereiro deste ano. Nessa fase, os dados das instituições participantes, seus canais de atendimento e os produtos e serviços que oferecem foram abertos. Contudo, os dados dos clientes ainda não haviam sido compartilhados;
  • Fase 2: terá início no dia 15/07. Nessa fase, o cliente poderá compartilhar seus dados pessoais de cadastro. Lembrando que isso somente ocorrerá com a permissão e consentimento de cada pessoa;
  • Fase 3: começará no dia 30/08. Aqui, terá início os serviços de transação de pagamento e a possibilidade de compartilhamento do histórico de informações financeiras dos clientes.
  • Fase 4: programado para começar no dia 15/12. Nessa última etapa, todos os outros dados sobre produtos e serviços, como câmbios, investimentos e previdência, poderão ser compartilhados.

 

Quais as vantagens do open banking?

Partindo da premissa de que os dados dos consumidores são de sua total responsabilidade e não dos bancos, a principal vantagem do open banking é trazer maior autonomia e liberdade sobre seus dados e, consequentemente, menor burocratização nos processos envolvendo as instituições bancárias.

 

Um dos maiores problemas vistos no Brasil neste mercado é a enorme assimetria de informações. O não compartilhamento e acesso a esses dados, dificulta e traz grandes burocracias para diversos processos, desde simples empréstimos até casos onde o cliente deseja mudar de instituição, por exemplo.

 

Mas com o open banking, essa barreira poderá ser extremamente reduzida e facilitada. Por meio do compartilhamento de seus dados, os clientes não precisam mais ficar presos a uma única instituição, muito menos ter receio de realizar qualquer processo interno pelo trabalho de migração de suas informações.

 

Afinal, o open banking prioriza a experiência do cliente, a diversidade e representatividade dos participantes.

 

Além disso, a abertura das APIs torna o sistema mais integrado e, consequentemente, menos custoso. Processos intermediários e demorados não terão mais espaço e serão otimizados.

 

Por fim, o open banking proporciona uma competição saudável entre as instituições. Os clientes terão mais opções para escolher a que mais atende suas necessidades, uma vez que a circulação de produtos e serviços será estimulada.

 

Porém, isso não significa que algumas instituições podem ser prejudicadas frente a outras. Afinal, todas terão APIs padronizadas e acesso igual aos dados dos clientes, bastando somente uma boa estratégia de marketing para divulgar seu negócio.

 

O open banking é seguro?

Com toda certeza.

 

Como o processo de implementação no Brasil será controlado pelo Banco Central, qualquer instituição que deseje participar terá que seguir suas regras e procedimentos.

 

O mesmo vale para casos de descumprimento. O BC aplicará punições às instituições que não seguirem com as regras estabelecidas, que podem ser desde multas de acordo com a penalidade ocorrida, até decretar a falência ou liquidação da penalizadora.

 

Mas, acima de tudo, todos os procedimentos de segurança no compartilhamento dos dados estão protegidos por duas leis importantes.

 

A primeira delas é a Lei Complementar n° 105/2001, a Lei do Sigilo Bancário. Ela proíbe o compartilhamento de dados para instituições que não participam do open banking, assim como a venda de informações de consumidores para terceiros.

 

A segunda, como já citamos anteriormente, é a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Por abranger diversas áreas além da financeira, traz maior autonomia aos clientes sobre seus dados.

 

Como a Moneta pode ajudar?

A Moneta é uma empresa comprometida com a transformação do mercado financeiro. Nossas soluções aceleram a disrupção tecnológica nos clientes, permitindo o acesso às contas e outras informações através de API’s.

 

Uma das melhores soluções para o sistema bancário é o Authentic, uma plataforma inteligente de software para o processamento de transações online, que aceita qualquer tipo de transação, de qualquer dispositivo, canal, rede ou sistema.

 

O produto foi desenhado para manter controle dos ambientes de pagamento, enquanto entrega funcionalidades relevantes, seguras, elásticas e escaláveis através de todos os canais de pagamento.

 

O Authentic é recomendado tanto para mercados desenvolvidos, que processam muitas transações eletrônicas, especialmente de baixo valor, e também em mercados em desenvolvimento, permitindo a inclusão financeira.

 

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Conclusão

De fato, o open banking tem tudo o que precisa para revolucionar e simplificar o mercado financeiro. Ao participar, as instituições terão uma série de benefícios que podem, inclusive, contribuir para que atraiam uma maior quantidade de clientes.

 

Antes de mais nada, contudo, é importante entender a fundo os princípios do open banking e, principalmente, as normas a serem seguidas durante e após sua implementação.

 

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